sábado, 7 de junho de 2008

Capítulo 6. Conclusão

A intenção inicial desde trabalho era conceituar a mídia exterior, conhecer sua história no mundo e no Brasil, abordar o assunto no estado de Santa Catarina, assim como conceituar a poluição visual e a sua incidência pelo país. Além disso, comparar a poluição visual de grandes centros com cidades de pequeno porte, de diferentes estados do Brasil. Fazer um estudo de caso da lei Cidade Limpa criada pelo prefeito Gilberto Kassab e trazer esta discussão para nossa realidade em Blumenau. Para isto realizou-se a pesquisa qualitativa, na forma de questionário priorizando as questões subjetivas, para que os profissionais entrevistados tivessem a oportunidade de comentar suas experiências e suas percepções sobre o assunto. Todos estes objetivos foram cumpridos e a expectativa das respostas dos profissionais envolvidos aguardada com muita ansiedade. Um material muito rico foi adquirido, opiniões controversas, linhas de pensamento totalmente diferentes. Pontos em comum entre cada profissional também foram encontrados. Era isso mesmo que este trabalho pretendia, conhecer estes profissionais que atuam no mercado que este autor estará fazendo parte.
A segunda iniciativa desde trabalho era de alertar os profissionais de publicidade e propaganda sobre os malefícios da poluição visual resultante da propaganda ao ar livre. E foi ai a surpresa maior. Através da pesquisa bibliográfica descobriu-se três pontos importantes: (1) Existem os ambientalistas que geralmente são radicais no assunto. Para eles se tem uma marca de refrigerante numa peça publicitária na rua ou se aparece uma marca estrangeira do setor de fast-food é a maldita poluição visual tomando conta das cidades. O excesso de informação deixa as pessoas atordoadas e eles seguem argumentando e agindo para que a propaganda seja proibida nas cidades sem dados concretos; (2) Existem também os políticos. Estes têm opiniões controversas sobre o assunto. Alguns proíbem totalmente, no caso do prefeito da capital paulista, outros liberam e até aumentam o tamanho das placas e colocam empenas nos edifícios para que os moradores possam usufruir do dinheiro gerado pela publicidade. Alguns tomam decisões menos drásticas como o prefeito do Rio de Janeiro que faz questão de ressaltar que a lei implantada na cidade é mais flexível que a implantada em São Paulo; (3) Os publicitários, que vem sendo bombardeados constantemente com ações para banir a propaganda que faz parte da vida dos homens desde o tempo da Grécia antiga. Neste trabalho fica claro que os publicitários não são os causadores da poluição visual e querem continuar trabalhando e para isto se dispõem a trabalhar junto com as prefeituras para se regulamentar a mídia exterior, como foi feito em Blumenau, coibir os excessos e não bani-la da cidade, fechando empresas, deixando funcionários desempregados. É possível que o excesso de propaganda na capital paulista é conseqüência do alto nível de trabalho informal gerado por uma quantidade enorme de emigrantes que vão a capital paulista em busca de uma vida melhor e muitas vezes ficam a margem da sociedade. O próprio prefeito de São Paulo, citado no início do capítulo quatro diz que noventa por cento da propaganda na cidade está irregular, pois que o prefeito trabalhe para fiscalizar e retirar os irregulares. Apesar da dimensão da metrópole paulista ser um fator que dificulta, mas isso não impede que seja feita a fiscalização. A lei criada por ele atinge diretamente as empresas sérias, a associação brasileira de anunciantes se posicionou contra, empresas cadastradas na Central do Outdoor fecharam, o SEPEX de São Paulo tentou contribuir para regulamentação, não são esses profissionais capacitados que fazem a propaganda de qualidade em nosso país os responsáveis pela poluição visual. O setor de publicidade cresce a cada ano que passa, com exceção da mídia exterior que em 2007 teve queda nos investimentos como conseqüência da lei cidade limpa.
Assim, é possível afirmar que este trabalho apresenta dois posicionamentos em relação à Lei Cidade Limpa: (1) à favor, por concordar que os excessos devem ser coibidos (diversos publicitários concordam, que o excesso prejudica a assimilação da mensagem que todos os bons profissionais estudam para passar da melhor maneira para os clientes trazendo retorno sem poluir visualmente as cidades); (2) contra, por discordar da forma como ela foi imposta pela prefeitura de São Paulo (negando-se em aceitar a cartilha de modificação do decreto existente na capital para regulamentar a propaganda ao ar livre proposta pelo Sepex).
Este trabalho acredita que existem fatores desconhecidos da população que levaram o prefeito de São Paulo a criar esta lei tão drástica. Algumas hipóteses para o assunto: (1) serem fatores de interesse político. (2) ter muito dinheiro envolvido na questão das concessões para uso do mobiliário urbano que não foram citados na lei cidade limpa.
As limitações deste trabalho não permitiram abordagens como os efeitos da poluição visual nas pessoas, assim, sugere-se pesquisar a influência da propaganda ao ar livre em acidentes de trânsito, por exemplo. Outra sugestão é estudar como o cérebro lida com o excesso de informação, pois sabe-se, que nem tudo que é visto durante o dia, é assimilado, deflagrando a discussão sobre a relação entre excesso de informação e saúde humana. Além disso, propõem-se também um estudo de caso para a cidade de Blumenau após a implantação da lei que regulamenta a mídia exterior para se registrar as mudanças na cidade antes e depois da lei. Outra sugestão é pesquisar se existe relação entre o índice de desenvolvimento humano citado no capítulo 3, com a poluição visual.
Publicitários não são responsáveis pela poluição visual.

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